domingo, 30 de outubro de 2011

1º Ano: Aula 04 - Se essas formas de determinismo estão erradas, como as sociedades se formam?


Tentou-se responder através do determinismo geográfico e biológico as diferenças presentes nas mais diversas formações sociais presentes em todo o mundo. Mas como podemos ver essas formas de enxergar o mundo são equivocadas. Os exemplos são os mais diversos, por exemplo, por que em um país tropical e quente como o Brasil os homens devem usar terno e gravata em ocasiões formais? Ou por que mesmas “raças” se organizam de formas tão diferentes por todo o mundo? Como é o caso dos asiáticos, que mesmo pertencendo a uma mesma “raça” constituem sociedades tão diferentes como japoneses ou chineses. Ou mais, como norte-coreanos e sul-coreanos que são “biologicamente próximos” e vivem na mesma península, tornam-se tão diferentes social e políticamente?

Só pode haver uma explicação, a cultura que aquela população desenvolve. É nítido que a geografia em que um povo se encontra influencia na sua organização e formação, porém ele não determina completamente; porém questões raciais não influenciam em nada o desenvolvimento de um povo. A formação de uma raça(etnia) é sócio-cultural e não biológica.
Na próxima aula veremos mais detalhadamente o que é cultura. Mas o que devemos nos atentar aqui é como se forma essas características das sociedades. Como cada povo passa ter alguns aspectos que os representam pros outros. Podemos dizer que isso é resultado dos milhares de anos de evolução do homem, e a partir de necessidades impostas pelo momento. Então como eu disse, o clima, a temperatura, a vegetação pode influenciar no como os homens se organizaram, porém outras influencias também estão presentes, por exemplo, se é um povo que vive em constante guerra, poderá se tornar um Estado mais rigoroso, devido as pressões pela guerra. Ou se sofre escassez alimentícia por qualquer motivo, a população local vai aprender a se alimentar com o que é possível.
Portanto, a formação de uma sociedade é caracterizada por aspectos geográficos que lhe são impostos, o momento histórico que vivem ou viveu, o contato com outros povos, as necessidades apresentadas pela população. Os exemplos são os mais diversos e presentes em todo o mundo, devemos apensar pensar mais profundamente como cada coisa que nos caracteriza é representativo de um aspecto passado.  

2º Ano: Aula 04 - O Trabalho na sociedade capitalista por uma visão marxista

Recapitulando o que vimos até agora: o trabalho, forma de produção dos meios necessários a sobrevivência, existe em todos os períodos históricos, em cada momento ele se diferencia pela forma que se apresenta, devido a configuração social e econômica. A partir disso, passamos a analisar especificamente o trabalho assalariado, que vimos ser uma característica determinante da sociedade capitalista, só existindo devido ao conceito de liberdade e igualdade legal que existe a partir da Revolução Francesa. A existência do trabalho assalariado determina e é determinado pela existência de uma divisão na sociedade, que passa a ter duas classes separadas pela posição que encontra nas relações de produção, aqueles que recebem salários, trabalhador, e aqueles que possuem os meios de produção, os patrões. Vimos também que com o pagamento pela força de trabalho (salário) a partir de um valor dado socialmente ao trabalho realizado, o trabalho executado torna-se uma mercadoria.
            É preciso ter isto muito claro o que desenvolvemos até aqui para prosseguirmos na linha de pensamento sobre o trabalho. Para isso, analisaremos esse conceito a partir de um dos principais teóricos da sociologia, o alemão Karl Marx. Resumidamente, este autor utilizou-se da sua teoria do materialismo histórico dialético para compreender o desenvolvimento da história da humanidade, para ele, o modo de produção determinava toda a organização social, ou seja, a estrutura influencia na superestrutura. Portanto, os meios de produção determinam a divisão da sociedade, como vimos no capitalismo, dividimos entre patrões(a partir de agora, burgueses) e trabalhadores(proleatariado), isto cria, como chama Marx, a força motriz da historia, a luta de classes. Isto é o conflito entre explorados e exploradores.

            Nessa perspectiva, precisamos analisar como essa exploração ocorre na sociedade capitalista. Como disse todos são livres, porém alguns tem posse dos meios de produção, o que os coloca como capitalistas (possuidores de capital), há aqueles que não possuem nada, além da sua força de trabalho, sendo obrigados a vende-la para os capitalistas para a própria sobrevivência. Fazendo com que o capital, representado neste caso pelos capitalistas tem controle de caráter imperativo sobre o processo de trabalho.
            Portanto, ao contrario do que possa se imaginar, o trabalho não tem como objetivo o desenvolvimento da humanidade, ou a melhor vida dos homens. Tem sim, como objetivo o aumento do poder e da riqueza dos capitalistas. Devido ao seu caráter imperativo, o capital age para que se desenvolva o máximo possível. Precisamos entender dois conceitos-chave do marxismo para entender como isso ocorre.
            O primeiro é a alienação do trabalhador. Como veremos na próxima aula, existe a divisão trabalho, que é, resumidamente, o desenvolvimento das forças produtivas faz com que os trabalhadores passem a se especializar em determinadas profissões. Porém isso se intensifica durante o processo de produção, e cada trabalhador fica responsável por um ponto muito especifico do processo de fabricação de determinada peça de todo o conjunto. Acarretando que faça o mesmo movimento sempre, cansativo, rápido e repetitivo. E pior que isso, o trabalhador perde o sentido do trabalho que faz, passa apenas a ‘apertar um botão’ e não sabe no que aquilo influencia no produção final, ou ainda, não sabe o que é o produto final. Torna-se apenas um apertador de botão. Isso fará que o trabalhador não perceba ao final do processo, sua participação na produção do capital, não podendo cobrar pelo que realmente deve receber.
            Há ainda mais uma forma do capital conseguir produzir sobre valor à custa do trabalhador, que está ligada a alienação do trabalho. Este conceito é mais fácil ser exemplificado do que explicado. Imaginemos uma fabrica de celular, onde o trabalhador coloca uma peça (alienação do trabalho), são necessários, por exemplo, 20 trabalhadores para fazer um celular, o processo demora todo 1 hora. Então em um turno, 20 trabalhadores, fazem 8 celulares, que serão vendidos a 400 reais cada; resultando em 3200 reais por dia. Isto resulta no final do mês em 64000. Quanto será que os 20 trabalhadores ganhando por mês todos juntos? No máximo, 20 mil. E os outros 44 mil, foram gastos com que? Tirando todos os outros gastos ainda haverá um excedente, este é a mais valia.
            Por fim, é assim que Marx e os marxistas, analisam que a classe dominante explora a dominada. E isto é feito exatamente com o objetivo da reprodução do modo de produção vigente atual.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

1º Ano: Aula 03 - Determinismo Geográfico e Biológico


Na ultima aula vimos a questão do etnocentrismo e do relativismo cultural, ou seja, como se portar perante as diferenças, o etnocentrismo é, como vimos, atribuir a sua própria cultural um nível superior as outras, já o relativismo cultural, como o nome diz relativa essa questão, percebendo que deve se entender  as diferenças que os outros grupos sociais têm de nos mesmos. Como a primeira conclusão que podemos tirar dessa analise? Há diferenças entre as diversas sociedades, ou seja, cada povo se desenvolve de uma forma.
Portanto, cada povo ao longo da sua historia foi ganhando aspectos que acabaram por os caracterizarem, ou apenas o diferenciar de outros. E com a globalização passou-se a ter maior conhecimento desses aspectos diferenciais de cada povo, de cada país. Então começamos a ter idéias de como caracterizar essas pessoas, antes mesmo de conhecer suas especificidades. Baianos virão preguiçosos e festivos, mineiros devagar, amazonenses são todos índios, cariocas são malandros, gaucho é viado, paulista é chato. Ou internacionalmente, brasileiros gostam de samba, carnaval e caipirinhas, portugueses são padeiros, alemães bem cerveja em demasiado, japoneses são trabalhadores, franceses são cultos e educados, americanos são gordos e burros, judeus são pão-duro. É nítido que criamos imagens das pessoas que nem conhecemos, afinal existem diferenças, mas por que brasileiros são diferentes dos argentinos, dos europeus, dos asiáticos? Por que os povos se desenvolvem de forma tão diferente.
Ao longo da historia e do contato entre os povos, vários formas de tentar responder à essas diferenças. Existem duas formas ERRADAS que foram muito propagadas ao longo do tempo, são elas o determinismo geográfico e determinismo biológico. Pelo nome já é possível imaginar o que seria cada uma delas.
Determinismo Geográfico: postura segundo a qual se acredita que as diferenças de ambiente físico condicionam totalmente a diversidade cultural. Ou seja, segundo essa postura, os homens são diferentes,pois habitam áreas geográficas diferentes: umas mais frias, outras mais quentes, ou mais próximas do mar, outras mais altas.
Determinismo Biologico: As diferenças culturais seriam explicáveis a partir de traços genéticos que diferenciariam os povos. Os estereótipos de cada povo seriam determinado pelo sangue, ou seja, separa-se por “raças”.
Onde essas formas de pensar estão erradas? Por que não podemos separar os diversos povos a partir APENAS de conceitos geográficos ou biológicos?


3º Ano: Aula 03: Teorias do Estado: Contratualistas

Teoria do Estado
            Como eu comecei a falar na ultima aula, existe uma área das ciências sociais preocupada em estudar o Estado especificamente e nesta área temos vários pensadores que desenvolvem teorias que tentam responder as questões acerca deste. Cada autor vê motivos iniciais diferentes para a criação de uma instituição que regularize a vida social, atribuem funções diferentes ao Estado, com objetivos distintos. Estudaremos três correntes principais de pensamento sobre o Estado, os “Contratualistas”, que se caracterizam por acreditarem que a sociedade une através de um Estado para passar a viver de uma forma melhor e atingir o bem comum. Veremos também os marxistas, os quais vem no Estado um instrumento de dominação de uma classe por outra. Já Max Weber atribui ao Estado o monopólio legitimo da violência e por isso deve organizar e controlar a vida em sociedade.
            Para analisar cada uma dessas correntes seguiremos uma ordem cronológica, começando com os contratualistas:

- Contratualistas
            Os principais pensadores contratualistas foram filósofos concentrados perto do período conhecido como Iluminismo, alguns anteriores, outros posteriores, mas todos com grande influencia no iluminismo, ainda que assim não se caracterizassem por serem iluministas. Podemos citar nomes como Thomas Hobbes, Jean-Jacque Rousseau, John Locke; todos são caracterizados como contratualistas, porém vamos perceber que há diferenças nas formas de analise e conceitos. 
            O próprio nome já a que vieram os contratualistas, estes demonstravam a necessidade um “contrato”. Para começarmos a entender, devemos nos perguntar o que é um contrato? É um acordo entra partes igualmente desimpedidas e com mesmos direitos, no qual estas se comprometem a agirem de alguma forma e se assim não fizerem sofrerá punições por isto. Por exemplo, o contrato de emprego.
            Portanto, o que dizem o contratualistas é que algum momento fictício os indivíduos de uma comunidade decidiram livremente entrar em acordo (contrato) para viverem comumente sobe um soberano, o Estado. Daí decorre que esses indivíduos são completamente livres e senhores de si, então não há nada que impeça alguém de fazer algo para o seu próprio bem. Não a propriedade, pois todos podem luta até a própria morte pela “posse” de algo que deseje. Este serio um momento onde os homens viviam em “Estado Natural”, no qual a única lei era a Lei da Força.
            As primeiras diferenças apresentam-se neste ponto, enquanto Rousseau considera os homens bons em estado de natureza, sem os vícios que a sociedade acarreta, Hobbes coloca o homem como um ser feroz e sem limites na natureza, a celebre frase “Homem lobo do homem” foi cunhada por Hobbes, querendo dizer que o homem ataca o próprio homem pensando em si próprio.
            Porém ambos os autores, e todos os outros contratualistas, concordam que se a humanidade continuassem sem estabelecer esse contrato a vida em sociedade não evoluiria, não ocorreriam avanços tecnológicos, continuaríamos vivendo barbaramente. Portanto os indivíduos escolhem se unirem mutuamente para terem uma vida mais digna.
            Portanto, os autores contratualistas demonstram que as pessoas abrem mão de uma liberdade irrestrita no estado de natureza, para que o Estado tenha poderes absolutos sobre aqueles que vivem sobre sua tutela. Dessa forma, os indivíduos não podem mais fazer aquilo que desejarem para satisfazerem-se, agora o Estado tem o poder de limitar essas ações.
            Poderíamos nos questionar, por que abriríamos mão de ser livre para nos submeter a alguém superior a nos? A resposta dos contratualistas dá é que os indivíduos fazem isso visando um bem próprio maior, afinal tudo aquilo que fosse conquistado por um individuo poderia ser roubado por alguém mais forte, colocando assim em risco constante a sua própria existência. Sendo a lei do mais forte a única lei vigente, não seria possível que os indivíduos se desenvolvessem, muito menos a humanidade como um todo.  

3° Ano: Aula 02 - Constituição do Estado-nação

Constituição do Estado

            Com a consolidação do Estado moderno para que um Estado “exista” é preciso reconhecimento de uma parcela dos outros países ou da ONU. Para o reconhecimento é preciso atingir certos “requisitos”. São estes três: ter um (1) governo independente e soberano, um (2) povo permanente estabelecido em um (3) território. Já vimos o que é governo, precisamos entender o que é um governo independente e soberano, primeiro é mais simples, independente quer dizer que não depende de nenhum outro Estado, sua existência não depende de outro, militar, financeira ou politicamente. Soberano está interligado a isso, um Estado Soberano é aquele capaz de manter interna e externamente, ou seja, gerir assuntos da sua população saudavelmente. O soberano é o poder máximo, não pode haver ninguém acima do Estado
                Por um povo permanente estabelecido (2) entendemos como possuir uma população que se identifique quanto pertencente e tenha direitos e deveres quanto cidadãos. Já território é a região onde este povo viverá e o Estado será soberano.
                Esta tabela é uma atividade/brincadeira para exemplificarmos o raciocínio que queremos abordar nessa aula.

Corinthians
Palestinos
Brasil
Governo Soberano e Independente
X

X
Povo Permanente
X
X
X
Território próprio e livre


X







2º Ano: Aula 03 - Trabalho Assalariado - O Retorno

Como em todas as turmas tivemos dificuldade de entender a relação da Revolução Francesa e a os conceitos de liberdade com o trabalho assalariado, esta aula continuará a partir daqui.

Desta forma, como somos todos livres e iguais, quando alguém necessita da força de trabalho de outra pessoa, este devera remunerar segundo o trabalho e o tempo oferecido, afinal não poderá expropriar como na escravidão. Criando assim uma cisão na sociedade, esta passa a estar dividida entre trabalhadores e patrões(os possuidores do meio de  produção, conceito que desenvolveremos a seguir). Portanto, na sociedade capitalista, o trabalhador é aquele que não possuindo nada além da sua força de trabalho, é obrigado a vendê-la para um capitalista, este possuidor dos meios de produção, que pagará aos seus empregados um valor referente às horas trabalhadas e a especificidade do trabalho. Alguns de vocês já devem ter percebido, o trabalho se torna na sociedade capitalista mais uma mercadoria, que tem o valor de produção e o valor de troca, se paga conforme a mercadoria(trabalho) valha aos olhos do comprador (patrão). Por isso, o trabalho de um advogado é mais valorizado que de um gari. Mas será que para a sociedade o trabalho de um gari tem menos valor que do advogado?
            Só vimos até agora que o trabalho assalariado é determinado pela sociedade industrial capitalista, porém eu disse mais cedo que o trabalho é determinante na sociedade capitalista. Eu vos pergunto POR QUE? Era pra vocês perguntarem,mas vocês não me perguntam nada!  Por que é impossível existir uma sociedade baseada no consumo sem que haja consumidores, as mercadorias serão compradas pelos trabalhadores (consumidores), sem que estes recebam salários não é possível ocorrer a compra e venda de mercadorias. Além do mais existe um conceito que estudaremos mais pra frente que se chama “mais-valia” que é da onde o patrão retira seu lucro e ele só retira esse lucro sobre o trabalho assalariado, portanto sem o trabalho assalariado o burguês não conseguira extrair seu lucro.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

1º Ano: Aula 02 - Etnocentrismo e Relativismo Cultural

Etnocentrismo:
Quando um grupo de pessoas com hábitos sociais e culturais em comum descrimina outro indivíduo ou grupo de pessoas por considerar esse grupo inferior. Ou seja, de uma forma preconceituosa o grupo considera o outro como menos desenvolvido ou civilizado que o seu, portanto mais próximo da bestialidade. É a dificuldade de pensar a diferença, de ver o mundo com os olhos dos outros.

Relativismo Cultural:
O relativismo cultural defende que o bem e o mal, o certo e o errado, entre outras categorias de valores, são relativos a cada cultura. O "bem" coincide com o que é "socialmente aprovado" numa dada cultura. Os princípios morais, na realidade, descrevem convenções sociais e devem ser baseados nas experiências e normas compartilhadas pela sociedade analisada.